Um dos campos de atuação do cirurgião dentista é a perícia odontológica que cumpre um importante papel social, pois contribui enormemente para a avaliação dos mais diversos eventos civis, trabalhistas ou criminais.
Para que se proceda à identificação odontológica, é necessário que o cirurgião dentista responsável pelo atendimento daquele indivíduo tenha confeccionado e armazenado corretamente o prontuário odontológico de modo que as informações contidas possam ser utilizadas pelo perito.
Destacam-se entre eles: modelos de estudo, fotografias, odontogramas e radiografias. Estes documentos registram caraterísticas únicas, imutáveis e perenes do indivíduo, e são particularmente importantes quando o reconhecimento por técnicas habituais está inviabilizado.
E importante enfatizar que os dentes ocupam uma posição anatômica privilegiada, pois estão protegidos por lábios, bochecha e língua e estão constituídos pelos tecidos mais resistentes do corpo humano, sendo um dos últimos a sofrer danos frente a uma agressão externa.
Os dentes sometidos a altas temperaturas começam a se deteriorar com as mesmas chegando à casa dos 270º C, neste ponto as raízes dos dentes se tornam de cor negra, com 400ºC caem às coroas dentarias e somente aos 800ºC carboniza-se o esmalte, sendo a dentina mais resistente ainda.
Em maio de 1945, um grupo de patologistas russos encontrou o corpo de uma mulher perto do Bunker de Hitler, e por meio da identificação odontológica descobriu-se ser de Eva Braun. (S.Keiser-Nielsen,F.Strom)
O processo de identificação odontológica não e elementar como pode parecer, já que a simples substituição de um material restaurador, a realização de um tratamento endodôntico ou a colocação de um implante são ocorrências que devem ser cuidadosamente analisadas sob pena de estabelecerem pontos pseudo-divergentes.
Fontes: Revista de odontologia da UNESP-vol.42,nº1-Feb.2013
